O nascimento: Arte e Engenharia
Em 1945, um pequeno grupo de alunos começou a pensar em um show com música e quadros humorÃsticos, mas sentiu-se a falta de apoio dos próprios alunos politécnicos, e o show não se realizou. Nasceu então, o "Poli-Variedades", programa de rádio que apareceu durante mais de um mês em 1945, 46 e 47, nas rádios Cruzeiro do Sul, Excelsior e América lutando contra toda falta de apoio por parte dos politécnicos. Era um programa de variedades que poucos conheciam na própria Poli, apesar dos anúncios espalhados por toda a escola. No Grêmio da Filosofia, fundou-se uma Escola de Arte Dramática, porém sem direção experiente e orientação o curso se desagregou. Elementos da Politécnica que lá estavam, formaram sobre uma base mais sólida o "Grupo Politécnico de Teatro". Na falta de recursos e mesmo de maior experiência, o grupo se aliou ao Teatro Universitário do Centro Acadêmico Horácio Berlinck e lá encenou uma peça de Martins Pena. O "Grupo Politécnico de Teatro" estava definitivamente constituÃdo.
No Grêmio Politécnico, foi fundado o Departamento de Artes que desde seu inÃcio apoiou o grupo de teatro.
Em 18 de agosto de 1950, no auditório da Escola Normal Caetano de Campos, foram encenadas as peças "O Traidor Imaginário" de Molière, em 1 ato e "A História do Homem e o Queijo" de A. Ferretti, em 1 ato e 2 quadros. Era a estréia do então GTGP, Grupo de Teatro Politécnico. Cabe ressaltar que apesar do bom número de público, apenas uma pequena minoria era de alunos politécnicos. Por outro lado, o apoio dos professores foi pleno e estes compareceram em peso em companhia de suas famÃlias.
Em outubro de 1951, o grupo voltou a se apresentar. Sob o nome de "Grupo Teatral Politécnico", encenaram a peça "Nossa Cidade" de Thorton Wilder, no Teatro Municipal, sob a direção do politécnico já naquele tempo formado, J. Coelho Neto.
Em 1956, com o seu desenvolvimento, o GTP transformou-se em Departamento do Grêmio, tendo sido eleito para dirigi-lo Antonio Carlos Zarattini (Carlos Zara), que mais tarde tornou-se um dos expoentes do teatro brasileiro.
A guerra contra a censura e a alienação
De 1971 a 1973, o GTP encenou somente peças próprias, produzidas em casa, em processo de criação coletiva. Ligado umbilicalmente ao grêmio, reunia o pessoal mais politizado e formava a unidade de elite do mesmo, produzindo polÃtica por meio do teatro. Vale lembrar que era época de extrema repressão, sob ditadura militar e com o AI-5 já há muito promulgado.
Nessa época, era muito comum o grupo fazer intervenções em algum pátio da Poli. Abria-se uma roda e começava-se o teatro. Montagens memoráveis como "Por quê não?" e "Tropicália", esta baseada no disco homônimo de Caetano Veloso, foram realizadas.
Em 1974, o grupo voltou a encenar autores de fora, com a peça Galileu Galilei de Bertold Brecht.
O fim ...
No final da década de 90 e começo do novo século, o GTP foi se distanciando do Grêmio e tornando-se cada vez mais autônomo e independente. Em 2002, o GTP foi desconstituÃdo.
... e o recomeço
Em setembro de 2003, novamente criou-se o sonho de um grupo de teatro na Poli. Alexandre "Kblo" e outros alunos retomaram o grupo. Sob a direção de Bia Szvat, coordenadora do grupo, em março de 2004, quatro alunos politécnicos apresentaram um exercÃcio cênico aos calouros de então. Tratava da liberdade, ou melhor, das liberdades.
O GTP não possuÃa um espaço próprio (os ensaios eram realizados em salas de aulas vazias, empurrando as cadeiras para os cantos da sala) até que, em meados de 2004, o Grêmio Politécnico disponibilizou ao grupo uma sala no andar térreo do prédio do Biênio que até então funcionava como depósito. O GTP, que na época era composto por cerca de dez integrantes, transformou a sala suja e descuidada no Laboratório Dramático Antônio Januzelli, uma verdadeira sala de teatro completamente diferente de como o grupo a encontrou.
Ainda em 2004, o GTP fez a primeira apresentação em sua sala própria, "O que sobrou de tudo isso?". Desde então, o Grupo de Teatro da Poli vem realizando pelo menos duas apresentações por ano, sempre abertas ao público, com o apoio do Grêmio Politécnico.
A partir de 2005, para um melhor aproveitamento dos integrantes, o GTP passou a ser dividido em núcleos, cada qual seguindo uma linha própria de pesquisa. Inicialmente, todos esses núcleos eram dirigidos pela Bia Szvat. Porém, refletindo a expansão do GTP, o grupo foi acolhendo outros diretores, como Carlos Canhameiro (que dirigiu um dos núcleos em 2007) e Néia Barbosa (em 2008).
E a história continua a ser escrita...